● goza ophelia entre ●
● abertos os ●
● olhos ●
● cada ondulação vi ●
● trea da agua e ●
● entre vida e ●
● morte se des ●
● ata e solta ●
● segue a cor ●
● rente ate a ●
● argila fina ●
● raiz de lotus ●
● volta a tona e ●
● agora sonha ●

*Alberto Lins Caldas*

domingo, 26 de junho de 2011

And death shall have no dominion * Dylan Thomas





Cemitério da Consolação



And death shall have no dominion.
Dead mean naked they shall be one
With the man in the wind and the west moon;
When their bones are picked clean and the clean bones gone,
They shall have stars at elbow and foot;
Though they go mad they shall be sane,
Though they sink through the sea they shall rise again;
Though lovers be lost love shall not;
And death shall have no dominion.

And death shall have no dominion.
Under the windings of the sea
They lying long shall not die windily;
Twisting on racks when sinews give way,
Strapped to a wheel, yet they shall not break;
Faith in their hands shall snap in two,
And the unicorn evils run them through;
Split all ends up they shan't crack;
And death shall have no dominion.

And death shall have no dominion.
No more may gulls cry at their ears
Or waves break loud on the seashores;
Where blew a flower may a flower no more
Lift its head to the blows of the rain;
Though they be mad and dead as nails,
Heads of the characters hammer through daisies;
Break in the sun till the sun breaks down,
And death shall have no dominion.

*Dylan Thomas*





segunda-feira, 20 de junho de 2011

Língua & Lábios... Des’encontros...







Língua & Lábios... Des’encontros...

N’um passo-a-mais pelo Paço rumo à tela d’Apolo
Senti não ter encontrado tua língua
nos Labi(rint)os da Pequena  Alexandria.
Teria sido o voraz encontro agridoce e famélico
Entre o teu ácido escrever/dizer
e a minha doce vontade de ler.

Escarlate Letra A 
{y Mar}

Recife [Antigo]
20 de junho de 2011




domingo, 19 de junho de 2011

(?!) Helena [!?]


(?!) Helena [!?]

Mulheres de Atenas 

(Chico Buarque)

Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas
Vivem pros seus maridos
Orgulho e raça de Atenas
Quando amadas, se perfumam
Se banham com leite, se arrumam
Suas melenas
Quando fustigadas não choram
Se ajoelham, pedem imploram
Mais duras penas; cadenas
Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas
Sofrem pros seus maridos
Poder e força de Atenas
Quando eles embarcam soldados
Elas tecem longos bordados
Mil quarentenas
E quando eles voltam, sedentos
Querem arrancar, violentos
Carícias plenas, obscenas
Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas
Despem-se pros maridos
Bravos guerreiros de Atenas
Quando eles se entopem de vinho
Costumam buscar um carinho
De outras falenas
Mas no fim da noite, aos pedaços
Quase sempre voltam pros braços
De suas pequenas, Helenas
Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas:
Geram pros seus maridos,
Os novos filhos de Atenas.
Elas não têm gosto ou vontade,
Nem defeito, nem qualidade;
Têm medo apenas.
Não tem sonhos, só tem presságios.
O seu homem, mares, naufrágios...
Lindas sirenas, morenas.
Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas
Temem por seus maridos
Heróis e amantes de Atenas



sábado, 18 de junho de 2011

"O AMOR É IMPORTANTE, PORRA!"






!"O doido ato que limita o infinito e a fantasia

É a sombra (o silêncio) do mesmo grito

Que os cria"!

segunda-feira, 13 de junho de 2011

allegro ma non troppo






O Meu Amor
(Chico Buarque de Holanda)

O meu amor tem um jeito manso que é só seu
E que me deixa louca quando me beija a boca
A minha pele inteira fica arrepiada
E me beija com calma e fundo
Até minh'alma se sentir beijada, ai
O meu amor tem um jeito manso que é só seu
Que rouba os meus sentidos, viola os meus ouvidos
Com tantos segredos lindos e indecentes
Depois brinca comigo, ri do meu umbigo
E me crava os dentes, ai
Eu sou sua menina, viu? E ele é o meu rapaz
Meu corpo é testemunha do bem que ele me faz
O meu amor tem um jeito manso que é só seu
De me deixar maluca quando me roça a nuca
E quase me machuca com a barba malfeita
E de pousar as coxas entre as minhas coxas
Quando ele se deita, ai
O meu amor tem um jeito manso que é só seu
De me fazer rodeios, de me beijar os seios
Me beijar o ventre e me deixar em brasa
Desfruta do meu corpo como se o meu corpo
Fosse a sua casa, ai
Eu sou sua menina, viu? E ele é o meu rapaz
Meu corpo é testemunha do bem que ele me faz 




domingo, 12 de junho de 2011

o que não mata ressuscita...

Psiche Reanimada
(Por um Beijo de Amor )
Antonio Canova



quando a música não mais reverberava...




Santa Cecília Morta * Carlo Maderno



Morri pela beleza, mas estava apenas
No sepulcro acomodada
Quando alguém que pela verdade morrera
Foi posto na tumba ao lado.

Perguntou-me, baixinho, o que me matara:
"A beleza," respondi.
"A mim, a verdade, – são ambas a mesma coisa,
Somos irmãos".

E assim, como parentes que certa noite se encontram,
Conversamos de jazigo a jazigo,
Até que o musgo alcançou nossos lábios
E cobriu os nossos nomes.

 
*Emily Dickinson*
 
 

segunda-feira, 6 de junho de 2011

o que nunca deveria ser adeus...








LâminaS e Lazúli*LápiS
LúdicaS-LápideS
LábioSeLínguaS
de
LoboS&LuaS
LivreS



sábado, 4 de junho de 2011

...me dá teu calor para eu te aquecer...



"!Amar é um deserto
E seus temores
Vida que vai na sela
Dessas dores
Não sabe voltar
Me dá teu calor...!"






quarta-feira, 1 de junho de 2011

Remorso Póstumo * Charles Baudelaire







Remorso Póstumo

Quando fores dormir, ó bela tenebrosa
Em fundo de uma cripta em mármore lavrada
Quando tiveres só por alcova e morada
O vazio abismal de carneira chuvosa;


Quando a pedra, a oprimir tua fronte medrosa
E teus flancos a arfar de exaustão encantada,
Mudar teu coração numa furna calada
Amarrando-te os pés na rota aventurosa,


A tumba, confidente do sonho infinito
(Pois toda a vida a tumba há de entender o poeta),
Pela noite imortal de que o sono é prescrito,


Te dirá: "De que serve, hetaira incompleta,
Não teres conhecido o que choram os mortos?"
E os vermes te roerão assim como os remorsos.

Charles Baudelaire


o nome e a rima



meu
nome
não tem rima doce
mas 
tem rima (in)certa
alerta!
?Perigo
Garanto!
?Risco
Por conta de quem corre
ou pode!

*
r
o
b
e
r
t
a
*